sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Lembranças de um passado remoto.






Talvez eu devesse ter onze doze anos de idade, os finais de semana eram em um sitio da família, onde os primos se reuniam, e sempre era festa, seja nos bailinhos  movidos por sanfona, viola, pandeiro e triangulo, ou apenas pela felicidade de estarmos ali, com a família reunida.
Em uma dessas tardes de sábado, resolvemos ir a caça. reunimos todos os primos, com cartucheiras de chumbinho, estilingues, e ate arco e flecha, saímos todos empolgados com o que poderíamos levar para casa aquela tarde, afinal a fauna por ali era extensa e naquela época nada era proibido, muitas pombas, preás, lebres, faisão, codornas e as vezes capivaras, descemos um longo caminho ate o rio e por ali não vimos nada, voltamos por um outro caminho e chegamos no laranjal onde as pombas ficavam algumas rolinhas faziam ninhos, sentamos embaixo das laranjeiras e ficamos chupando laranjas, e seguimos nosso caminho de mãos vazias, ate alguém ver  um urubu, sim um urubu, corremos ate ficarmos próximos,  e alguém atirou nele nao sei se foi com pedras ou chumbinhos, mas matamos a ave.    
E agora, o que fazer, porque o dono das terras, também conhecido como meu avo, era um homem adorador da natureza, dizia que se for matar para comer, mate mas se não for para comer não faça isso, deixe o animal viver, a ideia era enterrar a ave, sumir com o corpo e com as provas daquele crime e vida que segue, infelizmente não deu tempo, como gritamos e corremos fizemos uma enorme bagunça meu avó  ouviu tudo e chegou onde estávamos nos viu com o urubu nas mãos e logo foi dizendo _ leve para casa.
Obedecemos, subimos com o urubu em mãos, já com um odor horrível, chegamos na casa, ele já estava tudo pronto, o fogo no fogão a lenha alto uma vasilha com agua e uma faca na mesa ao lado. Meu avó apenas observando te nos dando ordens de como preparar o urubu, começamos a depenar, abrir para retirar a barrigada, retirar a cabeça e os pés o cheio começou a ficar insuportável os olhos lagrimejavam respirávamos pela boca. O velho dizia, alguém vai a horta  pegue uma cebolinha e salsinha, tragam o sal e a pimenta. Os outros adultos do local, não reagiam a nada, ou melhor não chegavam perto tudo era comandado pelo meu avó.
Picamos a ave, colocamos juntos com os ingredientes e especiarias mesmo assim o cheiro ainda era insuportável uma mistura de lixão com esgoto, a panela começou a borbulhar e uma gosma se formava em cima daquela carne putrefata e eu pensando, como irei comer isso.
E um determinado momento, escutamos uma voz,  tire do fogo, caramba, vamos ter que comer isso, pensei. Então aquele voz disse novamente, peguem isso façam um buraco perto da cerca e enterrem bem fundo e uma próxima vez que matarem irão comer ate as penas.
Sensação de alivio...
Nunca mais matamos o que não iriamos comer. 

Daqui um dias eu volto com mais lembranças dessa época.


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Chuva

Esta  chovendo, uma chuva linda e refrescante,
e o bom e que alguém estará de mãos dadas com alguém
correndo pela chuva, alguém estará beijando alguém nessa chuva ,
 alguém estará transando  com alguém nessa chuva ,
 alguém pensando em alguém  na chuva
e nos tão pertinho e e sequer nos falamos!!





By choko

segunda-feira, 9 de março de 2015

O carro dos amantes

A meses a mesma rotina em dias diferentes, mas sempre no mesmo horario, por volta das seis horas aquele carro modelo sedam 4 portas parava ali no estacionamento daquele mercado que dava para a janela da casa dela. Era dessa janela que ela assistia a cena toda, o motorista nao descia do carro era impossivel saber se era um homem ou uma mulher ao volante devido a pelicula escura, os vidros fechados.
Passava-se alguns minutos surgia ela ,loira alta elegante, em um salto alto e geralmente de saias oculos escuros e bolsa de madame, entravano veiculo que em seguida saia em disparada., horas depois voltava parava no mesmo lugar e aquela mulher descia, tao elegante quando entrou.
Suspeitou de tudo, mas queria ver quem estava dirigindo, mas tudo era rapido menos de cinco minuto, parado e a mulher entrava, ela teria que estar la quando chegassem, mas teria que estar la, pois ate descer as escadas e atravessar a avenida eles nao estariam mais la, e ainda contar com a sorte e poder ver rostos chegou ate a comprar um binoculo para espreitar mais ao longe.
Contou para algumas amigas de trabalho, elas disseram que isso era uma pratica normal entre as mulheres casadas, marcar encontros em locais publicos como shoppings e hipermercados, assim seus carros poderiam ficar parados por algumas horas e se alguem da familia ou amigos vissem o carro nada aconteceria, depois compravam alguma coisa apenas para enganar em casa.
Com seu binoculo, pode ver mais alem do casal, um dia viu um rapaz se masturbando atraz de um carro, duas mulheres se pegado aos beijos dentro de outro carro e ate a ira de uma mulher traida que depois saiu nos jornais, quebrando o carro do ex marido.
Voltando a nossa estoria, ela queria de alguma maneira matar sua curiosidade, sua vontade que consumia as entranhas. Todas as tardes la estava ela, agora anotando dias da semana, em que eles se encontram, uma semana era na quinta na outra na terça uma outra na quinta novamente, outra na segunda, nunca no sabado e domingo apenas dias uteis e jamais em feriados, ficou uns tres meses, assim, ate que um dia resolveu descer e esperar o carro entrar no estacionamento, ficou perambolando por proximo onde fica estacionado o carro ate que ele chegou, mas aquele dia, a açao foi rapida, sem que ela percebesse a madame elegante entrou pela porto do passageiro e ela pode ver apenas as maos do homem sobre o volante, notou que eram maos negras.
Tentou nos dias seguintes mas sabia que seria dificil encontra-los novamente, combinou com um amigo que tinha um moto de sequi-los, mas ja sabia qual seria o destino, logico que era algum motel da regiao, mas qual? O amigo ficou com ela quase toda semana até que na quinta feira ele veio, desceram correndo pegaram a moto e seguiram, mas nao por muito tempo, entram em um motel, ficaram exatas tres horas por ali, enquanto ela e seu amigo, esperavam do lado de fora. logico que ele querendo leva-la para dentro mas ela relutou e nao entrou.
Dias depois uma nova oportunidade, agora estava sozinha, andando pelo estacionamento do mercado quando viu o carro entrando, seguiu o com os olhos, o carro parou no local de sempre e dessa vez o homem desceu, era realmente negro, alto quase dois metros de altura, muitoo atraente, segundo ela se apaixonaria facilmente, por ele. Ele desceu do carro olhou para os lados pegou seu celular e fez uma ligaçao, ela nao pode escutar o que falava ou com quem falava, devido ao barulho de outros veiculos, ele entrou no mercado ela instintivamente foi ate o carro e ao passar a mao pela maçanete, descobriu que estava aberto nao pensou duas vezes nem tres, entou no carro e se acomodou no chao atraz do banco do passageiro.
Em questao de segundo a porta da frente se abriu a aqela senora elegante se sentou, ela podia sentir pelo cheiro do perfume que realmente era alguem "bacana", aquele perfume cheirava a frança. Ela mal podia respirar, que situaçao se metera, entrar dentro de um carro de pessoas estranhas, e se alguem a pegasse ali o que seria dela. Logo o homem tambem  entrou e o carro saiu.
Pelo caminho pensava no tamanho da besteira que havia feito, mas foi escutando a coversa do casal, descobriu que a madame, era medica, casada, e que saia direto do plantao para seu encontro com o amante que tambem era casado e professor universitario que após os encontros iria para sua aula em uma universidade, particular da cidade. Falaram sobre o clima e o tanto que elesesperavam para se ver aquela semana e que ele precisou sari do carro pois precisava de pilhas para uma lanterna, iria pescar com o filho mais velho naquele fim de semana, por isso ligou avisando que o carro estaria aberto a sua espera.
Pararam, ele perguntou a ela se erao quarto de sempre, ela disse que sim, e entraram, , ele manobou o carro para entrar na garagem e ela com medo, muito medo de ser descoberta, as portas se abriram eles sairam, E agora e ela, como sairia dali, que situação !!
desceu do carro, pode indentificar que era o mesmo motel ao qual havia sequido com seu amigo e teve a grande ideia, ligar para ele, ir busca-la, porque ela nao poderia sair dali sozinha, nao possuia asas, para voar acima dos muros, subiu as escadas e ouvia os gemidos do casal ja em seu leito de amor, mas e ela como sairia, poderia ficar  la no carro e voltar para o mercado mas como sair do carro depois?
Ligou para seu amigo, contou a ele o que aconteceu e disse a ele ir ao motel, pedir um quarto e entao ela entraria e ambos sairiam juntos, em dez minutos ele estava la, ligou para ela, que foi ao seu encontro, nao queria entrar no quarto com ele, mas ao se lembrar dos gemidos do casal se exitou e acabou sedento aos desejos do amigo e o resto foi só alegria. Sairam do quarto e logo a sua frente estava o carro do amantes, agora ela ja sabia de tudo, mas ainda havia uma certa curiosidade, quem sabe um dia ela descubra algo mais.

Alexandrechoko