terça-feira, 19 de março de 2013

Madrugada fria de 98 ou 99


    Durante o almoço de hoje, escutando uma musica no radio, me lembrei de um fato ocorrido em 1998 ou 1999, era uma madrugada fria de Presidente Prudente e tocavamos em um barzinho la no jardim bongiovani, na epoca era o point da cidade, galera descolada, cheia da grana frequentava o local, a banda em que eu tocava era a banda do momento e a banda da casa, com direito a tres noites por semana.
    Estavamos nos tocando os sucessos do momento, e algumas coisas dos anos oitenta, atendendo a pedidos do publico, quem se encarregava de pegar os pedidos de musica cindo do publico era eu, apesar de baterista da banda, eu fazia as vezes de secretario da banda, não apenas para pegar os bilhetes, mas tambem para fechar negocios.
Em um dos bilhetes havia algo mais ou menos assim, " hoje é meu aniversario, toque a musica do Chico Cesar por favor." e um rabisco como assinatura que era inelegivel.
    Passei o bilhete par ao vocalista e duas musicas depois, pedimos para todos os aniversariantes da noite ou da semana se identificarem e tocamos um parabens a voce, logo em seguida, tocamos a musica do Chico Cesar e oferecemos para a tal aniversariante, isso sem saber se era homem ou mulher.
Tocamos mais uma ou duas musicas e  chegou outro bilhete dizendo assim, " muito obrigado pela musica, adoraria ouvir voce cantando ela la em casa só para mim em meu ouvido".
    Já estavamos acostumados com certos tipos de cantadas vindo do publico, as vezes até mesmo os amigos zuavam com  banda fingindo ser alguma fã mais enlouquecida e tudo era motivo de risos para nós. E continuamos com a apresentação, sem dar muita atenção para o bilhete, lá pelas tantas da noite nos chega outro bilhete, " muito obrigada, gostei da banda e principalmente do vocalista, vai la em casa depois cantar parabens para mim" Agora com assinatura legivel e o endereço, guardei aquele  bilhete para mostrar a galera depois da noite, mas percebi, nao somente eu mas todos do palco uma linda senhorita, olhando fixamente, para o nosso vocalista, e dando xauzinho para ele, logo imaginei ser ela a autora dos bilhetes e tambem do convite, logo tive a certeza, pois algumas amigas que estavam junto dela, cantavam parabens para voce.
    Ja fora do palco, desmontando o palco e conversando sobre a noite, falei do ultimo bilhete, todos olharam, alguns nem ligaram mas o vocalista se interessou, e me convidou a ir com ela no tal endereço, la do outro lado da cidade no Jardim São Mateus. Deixei a meia lua de fora das bags e fui seguindo ele pelas ruas da cidade, chegamos ao endereço mencionado, ele com o violao na mao e eu com a meia lua, notamos que nao haviam luzes assesas na casa, ou ela não havia chego ou a estava dormindo. Primeiro ele cantou parabens a você, em seguida tocava a musica do Chico Cesar, foi quando as luzes se ascenderam, nos empolgamos com a situação, a porta se abriu e surgiu um sujeito normal, nao era nem alto em baixo, nem gordo nem magro, sem barba e sem bigode, nos olhou e perguntou. _ E ai ? O que foi ?
    No bilhete, havia o nome de Lucieni, mas logico com a esperteza voraz o vocalista disse,
_  Caramba acho que errei de casa veio, aqui nao é a casa da Lurdinha ? Ela esta fazendo aniversario hoje, mas deve ser no quarteirão de baixo, vambora Choko.
    O cara disse: _ Ou perai  voces dois, tive uma ideia ja que voces, estão aqui irao me ajudar, hoje tambem é aniversario de minha esposa e ela saio com as amigas, porque eu esqueci a data, acabou de chegar e esta tomando banho para ir dormir, porque voces dois nao entram e cantam para ela e eu digo que contratei voces para fazerem essa surpresa.
    Não tivemos outra saida a nao ser, sair daquele vento frio cortante e entrar na casa do sujeito, esperar a mulher sair do banho, a cara dela ao nos ver sentados na sala rindo com o marido foi algo sem descrição, nao tem como escrever, e realmente era a loira do bar, cantamos parabens a voce e a musica do Chico Cesar, não foi como ela queria bem no ouvidinho, mas foi na sala da casa dela, tomamos uma cerveja com o casal e fomos embora, rindo muito, e eu inventei de seguir  o vocalista e acabei me perdendo junto com ele no bairro, nao encontravamos a saida.
    E assim foi aquela madrugada fria, de 98 ou 99.

by Alexandre choko




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