sábado, 2 de fevereiro de 2013

Festival












Bem já que falamos de musica no ultimo conto, irei continuar falando sobre esse assunto gostoso.
Um pouco mais de minhas lembranças  musicais juvenis; Irei falar hoje de um certo  festival de musica que havia em Presidente Prudente, nunca antes havíamos participados, me lembro que o tema era a vida de São Francisco, reunimos a turma musical e começamos a compor algumas coisas, em cima do material cedido pelo padre da cidade. Todos empolgados porque seria a primeira vez que a Banda iria tocar junta em um evento assim, já tocávamos juntos em, ainda festinhas de amigos, mas em um grande evento musical com um som decente, um publico grande e se tivéssemos sorte ainda faríamos um sonzinho na hora do almoço.
Lembrando que a formação da banda , bateria, baixo, teclado, guitarra e vocal. Musica pronta,  letra decorada, arranjos em cima, tudo pronto para duas semanas depois irmos ao festival, a qual o tema era, São Francisco canta o amor!
Com uma semana para o esperado festival recebemos uma noticia não muito boa, ou melhor, desagradável mesmo, nosso guitarrista não poderia ir, pois havia uma viagem marcada com a família, a tempos e os pais não deixariam ele ficar sozinho, como disse antes éramos adolescentes com  treze, no máximo quinze anos, totalmente dependentes  e obedientes a nosso pais, coisa rara de se ver hoje em dia. Bem sem o guitarrista iriamos mesmo assim, afinal tínhamos teclado e baixo  que poderiam substituir a melodia da guitarra e o solo ser feito pelo tecladista, e assim continuamos os ensaios que eram no final da tarde, sempre em minha casa, começando as seis da tarde e terminando as sete e meia da noite, depois sentávamos na calçada e tomávamos erva de terere.
O nosso baixista trabalhava em uma distribuidora de botijão de gaz, todos os ensaios ele chegava cansado e um pouco atrasado, na verdade ele era o único que trabalhava na banda e nos entendíamos o seu atraso, e nem falávamos nada sobre isso, um dia começou a incomodar pois estávamos próximo a sete da noite e nada dele aparecer, ligamos na casa dele e ninguém atendeu, a preocupação foi maior, afinal ele nunca se atrasava tanto assim, de imediato  ligamos na distribuidora já que funcionava vinte e quatro horas, e fomos informado que ele havia se acidentado no trabalho e que estava no pronto socorro, caracas, perdemos o baixista, ferrou, pra não dizer fudeu.
Agora não tínhamos mais guitarra e baixo, restou apenas teclado e bateria.
Pensamos e pensamos e resolvemos então que, eu iria tocar violão e   iriamos assim ao festival, com violão e teclado e vocal, e seja o que Deus quiser. Isso faltando três dias para o festival.
Pois então fomos nós, me lembro de que meu pai foi nos levar até  o local do festival, a ansiedade era tanta, que fomos os primeiros a chegar, estava tudo fechado, e pensamos que poderíamos ter errado a data, quase uma hora depois os organizadores foram chegando, e começou a passagem de som, me lembro de ter auxiliado  a fazer isso, sem entender de muita coisa naquela época.
No decorrer do dia, começamos a fazer amizade com varias pessoas, fomos nos apresentando e conversando, com pessoas da torcida e com outros competidores,  o clima era bem agradável e assim foi o dia todo.
Lembro-me que na hora de nossa  apresentação, fomos os segundos a nos apresentar, com meu violão e o teclado, o vocal mandando bala havia uma abertura de entrada de ar atrás do palco, e justamente na hora de nossa apresentação uma ventania enorme se instalou por ali, e a folha onde eu estava olhando  a letra e as cifras da musica e onde o vocalista também estava cantando simplesmente voou.
Engoli seco, parei de tocar porque não me lembrava de quais eram as cifras da musica, o vocalista deu uma engasgada e foi para o refrão dar aquela disfarçada, o único que continuo tocando foi o tecladista, disfarçadamente fui me dirigindo ao lado do tecladista para ver as cifras o vocalista também começou a ir em direção a folha que havia voado e enfim tudo se resolveu, mas erramos a letra e eu em particular bati algumas notas erradas no violão. Descemos do palco e fomos para o camarim onde todos nos abraçavam e nos davam parabéns dizendo que a musica ficou muito boa e havíamos tocado muito bem, e não entendemos nada, pois erramos.
O dia foi passando o festival se prolongando e fomos vendo o porquê dos comprimentos no camarim, era cada tipinho que mal sabia segurar no violão e outros que cantavam fora do tom, alguns faziam parodias de outras musicas já famosas. Mas um grupo  apenas um grupo era melhor que nós isso com certeza, na verdade eram uma banda, vocais afinados, instrumentos ritmados, dançarinas com coreografia tudo muito lindo.
Sabíamos que eles seriam os primeiros com certeza.
Hora da verdade, quem leva o premio em dinheiro e um lindo troféu entalhado na madeira:
O apresentador começou a anunciar os vencedores;
Em terceiro lugar, se fez aquele silencio e em seguida o anuncio, aplausos e não fomos nós.
Em segundo lugar, mais uma vez o silencio se fez e o anuncio, eu olhei para meus amigos e disse, vamos pegar nossas coisas e já ir saindo, vamos ligar pro meu pai vir nos buscar.
A sim não fomos nós o segundo colocados foram aqueles que eu pensei serem os primeiros.
Já estávamos quase na saída do salão, nos despedindo de algumas pessoas que havíamos conhecidos ali, quando anunciaram o primeiro lugar, me lembro que o locutor do evento ainda dizia assim.
_ Onde será que eles estão? Não os vejo por aqui, mas irei anunciar assim mesmo.
Então falou:
_ Pastoral da juventude de Alvares Machadooooooo!
Eu olhei bem para ele e perguntei, com cara de espanto, você tem certeza disso?
E ele repetiu  Pastoral da juventude de alvares machado, então eu tive certeza, os jurados eram loucos ou surdos e até mesmo cegos, erramos a letra, erramos a melodia e saímos vencedores.
Fomos até o palco e recebemos o troféu de primeiro colocado..
Realmente até hoje eu me pergunto:   éramos tão bons assim, que os erros passaram batido?
Não sei responder, o troféu daquele dia, está comigo em casa, ou  melhor olhem a foto dele ai em cima.
Um trechinho do que me lembro da musica.

Ele canta o amor, e sempre ira cantar
O amor, o amor o amor.


Foram bons tempos.

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