Bem já que falamos de musica no
ultimo conto, irei continuar falando sobre esse assunto gostoso.
Um pouco mais de minhas
lembranças musicais juvenis; Irei falar
hoje de um certo festival de musica que
havia em Presidente Prudente, nunca antes havíamos participados, me lembro que
o tema era a vida de São Francisco, reunimos a turma musical e começamos a
compor algumas coisas, em cima do material cedido pelo padre da cidade. Todos
empolgados porque seria a primeira vez que a Banda iria tocar junta em um
evento assim, já tocávamos juntos em, ainda festinhas de amigos, mas em um
grande evento musical com um som decente, um publico grande e se tivéssemos
sorte ainda faríamos um sonzinho na hora do almoço.
Lembrando que a formação da banda
, bateria, baixo, teclado, guitarra e vocal. Musica pronta, letra decorada, arranjos em cima, tudo pronto
para duas semanas depois irmos ao festival, a qual o tema era, São Francisco
canta o amor!
Com uma semana para o esperado
festival recebemos uma noticia não muito boa, ou melhor, desagradável mesmo,
nosso guitarrista não poderia ir, pois havia uma viagem marcada com a família,
a tempos e os pais não deixariam ele ficar sozinho, como disse antes éramos
adolescentes com treze, no máximo quinze
anos, totalmente dependentes e
obedientes a nosso pais, coisa rara de se ver hoje em dia. Bem sem o
guitarrista iriamos mesmo assim, afinal tínhamos teclado e baixo que poderiam substituir a melodia da guitarra
e o solo ser feito pelo tecladista, e assim continuamos os ensaios que eram no
final da tarde, sempre em minha casa, começando as seis da tarde e terminando
as sete e meia da noite, depois sentávamos na calçada e tomávamos erva de
terere.
O nosso baixista trabalhava em
uma distribuidora de botijão de gaz, todos os ensaios ele chegava cansado e um
pouco atrasado, na verdade ele era o único que trabalhava na banda e nos
entendíamos o seu atraso, e nem falávamos nada sobre isso, um dia começou a
incomodar pois estávamos próximo a sete da noite e nada dele aparecer, ligamos
na casa dele e ninguém atendeu, a preocupação foi maior, afinal ele nunca se
atrasava tanto assim, de imediato
ligamos na distribuidora já que funcionava vinte e quatro horas, e fomos
informado que ele havia se acidentado no trabalho e que estava no pronto
socorro, caracas, perdemos o baixista, ferrou, pra não dizer fudeu.
Agora não tínhamos mais guitarra
e baixo, restou apenas teclado e bateria.
Pensamos e pensamos e resolvemos
então que, eu iria tocar violão e iriamos assim ao festival, com violão e
teclado e vocal, e seja o que Deus quiser. Isso faltando três dias para o
festival.
Pois então fomos nós, me lembro
de que meu pai foi nos levar até o local
do festival, a ansiedade era tanta, que fomos os primeiros a chegar, estava
tudo fechado, e pensamos que poderíamos ter errado a data, quase uma hora
depois os organizadores foram chegando, e começou a passagem de som, me lembro
de ter auxiliado a fazer isso, sem
entender de muita coisa naquela época.
No decorrer do dia, começamos a
fazer amizade com varias pessoas, fomos nos apresentando e conversando, com
pessoas da torcida e com outros competidores,
o clima era bem agradável e assim foi o dia todo.
Lembro-me que na hora de
nossa apresentação, fomos os segundos a
nos apresentar, com meu violão e o teclado, o vocal mandando bala havia uma
abertura de entrada de ar atrás do palco, e justamente na hora de nossa
apresentação uma ventania enorme se instalou por ali, e a folha onde eu estava
olhando a letra e as cifras da musica e
onde o vocalista também estava cantando simplesmente voou.
Engoli seco, parei de tocar
porque não me lembrava de quais eram as cifras da musica, o vocalista deu uma engasgada
e foi para o refrão dar aquela disfarçada, o único que continuo tocando foi o
tecladista, disfarçadamente fui me dirigindo ao lado do tecladista para ver as
cifras o vocalista também começou a ir em direção a folha que havia voado e
enfim tudo se resolveu, mas erramos a letra e eu em particular bati algumas
notas erradas no violão. Descemos do palco e fomos para o camarim onde todos
nos abraçavam e nos davam parabéns dizendo que a musica ficou muito boa e
havíamos tocado muito bem, e não entendemos nada, pois erramos.
O dia foi passando o festival se
prolongando e fomos vendo o porquê dos comprimentos no camarim, era cada
tipinho que mal sabia segurar no violão e outros que cantavam fora do tom,
alguns faziam parodias de outras musicas já famosas. Mas um grupo apenas um grupo era melhor que nós isso com
certeza, na verdade eram uma banda, vocais afinados, instrumentos ritmados,
dançarinas com coreografia tudo muito lindo.
Sabíamos que eles seriam os
primeiros com certeza.
Hora da verdade, quem leva o
premio em dinheiro e um lindo troféu entalhado na madeira:
O apresentador começou a anunciar
os vencedores;
Em terceiro lugar, se fez aquele
silencio e em seguida o anuncio, aplausos e não fomos nós.
Em segundo lugar, mais uma vez o
silencio se fez e o anuncio, eu olhei para meus amigos e disse, vamos pegar
nossas coisas e já ir saindo, vamos ligar pro meu pai vir nos buscar.
A sim não fomos nós o segundo
colocados foram aqueles que eu pensei serem os primeiros.
Já estávamos quase na saída do
salão, nos despedindo de algumas pessoas que havíamos conhecidos ali, quando
anunciaram o primeiro lugar, me lembro que o locutor do evento ainda dizia
assim.
_ Onde será que eles estão? Não
os vejo por aqui, mas irei anunciar assim mesmo.
Então falou:
_ Pastoral da juventude de
Alvares Machadooooooo!
Eu olhei bem para ele e
perguntei, com cara de espanto, você tem certeza disso?
E ele repetiu Pastoral da juventude de alvares machado,
então eu tive certeza, os jurados eram loucos ou surdos e até mesmo cegos,
erramos a letra, erramos a melodia e saímos vencedores.
Fomos até o palco e recebemos o
troféu de primeiro colocado..
Realmente até hoje eu me
pergunto: éramos tão bons assim, que os erros passaram
batido?
Não sei responder, o troféu daquele
dia, está comigo em casa, ou melhor
olhem a foto dele ai em cima.
Um trechinho do que me lembro da
musica.
Ele canta o amor, e sempre ira
cantar
O amor, o amor o amor.
Foram bons tempos.
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