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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Vestido azul

Vestido azul
Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito bonita.

Ela freqüentava a escola local.

Sua mãe não tinha muito cuidado e a criança quase sempre se apresentava suja.

Suas roupas eram muito velhas e maltratadas.

O professor ficou penalizado com a situação da menina. 'como é que uma menina tão bonita, pode vir para a escola tão mal arrumada?'.

Separou algum dinheiro do seu salário e, embora com dificuldade, resolveu lhe comprar um vestido novo.

Ela ficou linda no vestido azul.

Quando a mãe viu a filha naquele lindo vestido azul, sentiu que era lamentável que sua filha, vestindo aquele traje novo, fosse tão suja para a escola.

Por isso, passou a lhe dar banho todos os dias, pentear seus cabelos, cortar suas unhas.

Quando acabou a semana, o pai falou: 'mulher, você não acha uma vergonha que
nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more em um lugar como este, caindo aos pedaços?

Que tal você ajeitar a casa?

Nas horas vagas, eu vou dar uma pintada nas paredes, consertar a cerca e plantar um jardim.'

Logo mais a casa se destacava na pequena vila pela beleza das flores que enchiam o jardim, e o cuidado em todos os detalhes.

Os vizinhos ficaram envergonhados por morar em barracos feios e resolveram também arrumar as suas casas, plantar flores , usar pintura e criatividade.

Em pouco tempo o bairro estava todo transformado.

Um homem, que acompanhava os esforços e as lutas daquela gente, pensou que eles bem mereciam um auxilio das autoridades.

Foi ao prefeito expor suas idéias e saiu de lá com autorização para formar uma comissão para estudar os melhoramentos que seriam necessários no bairro.

A rua de barro e lama foi substituída por asfalto e calçadas de pedra.

Os esgotos a céu aberto foram canalizados e o bairro ganhou ares de cidadania.

E tudo começou com um vestido azul.

Não era intenção daquele professor consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse o bairro.

Ele fez o que podia, deu a sua parte.

Fez o primeiro movimento que acabou fazendo com que as outras pessoas se motivassem a lutar por melhorias.

Será que cada um de nós está fazendo a sua parte no lugar em que vive?

Por acaso somos daqueles que somente apontam os buracos da rua, as crianças à solta sem escolas e a violência do transito?

Lembramos que é difícil mudar o estado total das coisas.

Que é difícil limpar toda a rua, mas é fácil varrer a nossa calçada.

É difícil reconstruir um planeta, mas é possível dar um vestido azul.

Há moedas de amor que valem mais do que os tesouros bancários, quando endereçadas no momento próprio e com bondade.

Você acaba de receber um lindo vestido azul.!!!!!

segunda-feira, 27 de maio de 2013

ÒDIO




    Existem coisas, que nos acontecem e depois de anos, entendemos ou tentamos entender, somente hoje, depois de trinta anos, eu pude compreender algo que me aconteceu nos bancos escolares.
    Cursava o primeiro ano do ensino infantil sendo alfabetizado por uma das melhores professoras que existiam na cidade, estavamos estudando palavras com a letra D, como Dia,  Duas, Doce, dedo e aquela que seria minha algós por quase um més, ódio. Em todas as liçoes eramos sabatinados pelo ditado, frente a frente com a tão temida professora, sentavamos em sua mesa, e ela com uma ficha com varias palavras, nos apontava uma para que lessemos, sem gaguejar com todos os assento que pudessem ter com a pronuncia perfeita, aqueles que nao se davam bem,  ou nao completassem o ditado, nao eram promovidos para a proxima lição, e teriam que se sentar na fila dos atrasados, hoje em dia isso daria processo ao professor que  usasse tal pratica.
    Chegou minha vez, fui chamado me sentei olhei para a professora e começamos com o ditado oral. Ela apontava eu lia e vinham as palavras e eu respondendo, até que chegou em exatamente nessa palavra. Foi apontada pela primeira vez eu enrolei e nao saiu nada, ela incistia na mesma palavra e eu não conseguia ler aquele assento agudo, mudando o som de o, para ó; resultado, fui levado para a fileira dos atrasados.
    Teria nova chance, de sair dali, na proxima semana apenas, seria uma semana estudando arduamente para me sobressair, passei aquela semana, estudando as proximas liçoes, passando por todas as outras letras, vogais e consoantes que me apareciam, até que o dia chegou, nao me lembro agora corretamente qual era a liçao, do dia, mas nao poderia faze-la sem antes encarar o ditado oral da semana anterior.
    E recomeçamos, falei todas as palavras mas chegou nela novamente, aquele assento agudo, me fez parar, tremer, olhar para os lados, fazer cara de choro e chorar, esse foi meu primeiro choro na escola, foi algo mais desesperador, que o primeiro dia de aula, quando todos choram pois as mães nao podem ficar junto dos filhos, mas eu chorava por nao ter minha mãe por perto, por estar em dificuldade e nao ter quele colo gostoso para me jogar e pedir ajuda. Assim eu chorei pelo Òdio.
    Mais uma semana se passou, mais uma semana na fila dos atrasados agora duas liçoes atrasado, e aprendi que o choro de nada adiantaria, pois nao comoveria a professora, apenas seria motivo de chacota dos outros alunos que sem dó nenhuma bravejavam que eu era da fila dos atrasados e que chorava nos ditados.
    Foi entao que minha pequena vidinha começou a mudar, a palavra dó possui um assento agudo, e o dó é uma das notas musicais, começei a estudar musica naquela semana,  aprendi sobre a nota dó, e logo fiz a analogia entre dó e ódio.
    Que os sons dos "ó" eram o mesmo, assim quando fui chamado para o ditado, nao titubiei, cheio de confiança fui resppndendo palavra a palavra, até chegar no ódio, palavra que falei sem nenhum enrosco, me lembroque ao pronunciar essa palavra a professora me olhou e parou por ali, puxando uma nova ficha com novas palavras, para eu pronunciar, onde todas foram pronunciadas com desenvolto e logo em seguida outra ficha ao qual passei sem resseio algum e mais um outra, pronto estava de volta a fila dos adiantados lugar de onde nunca mais sai.
    E depois de anos descobri que eu nao pronunciava a palavra òdio nao por, nao conhecer o assento agudo da mesma, pois mesmo sem assento, nao era capaz de pronuncia-la, essa palavra nao saia de minha boca pois nao era e nao sou capaz de ódiar, simplesmente nao cultuo o ódio, palavra a qual me esqueci novamente depois daquele ditado.



 by Alexandre choko

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Coisas de professor



Coisas de professor!

Sempre escrevo, sobre amigos e amigos dos amigos em situações engraçadas, ou enroladas, hoje escreverei sobre minhas experiências como professoras.

Matando formiga a grito



Certo dia, estava com minha turma, do infantil  no playground, do colégio explicando o que faríamos naquele local e dividindo a turma nos brinquedos,  ouvi uns grunhidos e barulhos estranhos, na hora não me dei conta, mas ao olhar para traz havia um aluno abaixado no canto da parede, gritando com o chão. Fui até lá, para ver se estava tudo bem com esse aluninho de apenas seis anos de idade, ao interrogar sobre o que esta acontecendo, ele em meio a um sorriso me disse assim:
_ Estou matando formiga a grito.
Minha cara na hora foi de risos e mais risos.


Cheiro de xana




Excursão escolar a um curtume da região, crianças entre sete e oito anos, e se tratando de escola de periferia, já traziam consigo certa malicia. Conhecemos as dependências  do lugar, e chegamos ao refeitório onde seria servido um lanche para as crianças. Todos estavam ouriçados com as novas descobertas, algumas descobrindo de onde vinha o sapato que usavam. Estávamos lanchando quando alguém abriu umas das portas de acesso ao interior do curtume e aquele cheiro insano de couro curtido invadiu a sala.
La do fundo, uma garotinha com a boca cheia de pão e com um copo de refresco nas mãos, grita.
_ Credo que cheiro de xana!!
Eu, parado no canto segurava para não rir, olhava para umas das professoras que já estava com certa idade estava totalmente vermelha, não acreditando no que ouvira. E a outra professora não disfarçava e ria muito em alto tom, algumas crianças, riam outras com cara de quem não entendeu nada e o nosso guia, segurou a risada até que eu começasse a rir também.


Volta das férias.



Eu e minhas turminhas, voltando do recesso de julho, logo na primeira aula, fomos fazendo aquelas perguntas que se faz sempre, E ai como foram às férias, brincaram, passearam, dormiram ate tarde, saíram com o papai e com a mamãe?
Então se ouve muitas historias e estórias, e sempre tem uma ou duas que chama mais a atenção.  Depois de ouvir alguns relatos de como foram às férias de alguns alunos, um deles que sempre foi mais quieto que os outros vêm a minha direção e diz:
_ Profexor, meu pai queria matar minha mãe!
Na hora parei para escutar oque ele tinha para me dizer, afinal era um garotinho que mal conversava. Prolonguei a conversa _ Me conte como foi isso?!
_ Eu levantei para ir ao banheiro e passei na frente do quarto dos meus pais e escutei a minha mãe chorando e dizendo assim pro meu pai, para que assim você me mata.
Não preciso dizer mais nada!!

A mãe do aluno.



Havia uma mãe, muito chata que vivia pegando no meu pé, sem que eu fizesse nada contra ela ou contra o filho dela.
Eu ,sempre sendo paciente com ela, um dia nos encontramos no corredor da escola e sabia que viria coisa ruim. Para quebrar o clima fui logo abrindo um sorriso para ela e ao desejar boa tarde conclui assim, “minha linda”.
A mulher quase que desceu das pernas, ficou imóvel sem palavras, apenas sorriu e foi embora, nunca mais me incomodando , chegou até a me elogiar para a diretora dias depois.