quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Lendas III


Assombração.

Mais uma tarde no play, garotada reunida, alguns pais por perto jà que a fama de contadores de estòrias estava enorme e muitos adultos se aproximavam para ouvi-las. E começou assim:
Estavam trabalhando na lavoura da fazendo e todos os dias a rotina era a mesma, de manha cedinho saiam, para a lavoura ficavam fora o dia todo na colheita do café, nao voltavam para a casa até que o sol se punha, homens, mulheres algumas crianças, e cantavam, musicas alegres até o patrão cantava junto com eles, o patrao era visto como um deles. E isso os deixavam contentes viam o patrão como um deles, mas sempre eram avisados, não descem alem da curva do ribeirão as coisas por lá nao sao boas. MAs sempre tem um mais curioso que outro, querendo saber porque nao podia ir até a curva do ribeirão. mas sozinho ninguem tinha coragem.
A noite quando voltavam para suas casas, reuniam-se nos alpendres para conversar com os familiares que nao foram para a lavoura os mais velhos que nao tinham mais forças ou as crianças que foram para a escola. E havia mais cantoria agora com acompanhamento de violoes, palmas, chucalhos e berinbau, outros desciam para praça onde praticam capoeira mas sempre havia alguem comentava sobre a assombraçao do ribeirão, alguns diziam que era um peixe grande, muito grande que quando saia para fora da agua para respirar, assustava quem estava por perto de tao grande que era, outros diziam que era uma cobra enorme que comia o gado que se aproxima para beber a agua limpida e pura e que atacava homens tambem, mas na verdade todos tinham medo e receio de ali por os pés.
Chegou fim de semana, cada um fazia o que gostava, jogavam futebol, caçavam no mato, ficavam em casa ou iam pescar, falando em pescar, havia um jovem de nome Dico, adora pescar e sempre trazia grandes peixes para casa, e todos os sabados passava as manhas no ribeirao com suas varas de pesca. Ali ele se deitava nas sombras da frondosas arvores e retirava seus belos peixes, sempre no mesmo local, diziam que ele conversava com os peixes que passavam por ali. Conforme o tempo foi passando os peixes foram ficando escassos onde Dico, gostava de pescar, e a cada fim de semana ele se aproximava mais e mais da curva do ribeirão, mas a lenda da assombraçao que existia ali nao mexei com ele.
Naquele sabado ele ficou por horas sem pegar um peixinho sequer, sem que sua isca sequer saisse do anzol, ele decidiu descer mais um pouco, e la foi ele, varinhas nas maos, e nada, os peixes olhavam para a isca e iam embora, e entao ele foi descendo e descendo quando notou havia passado da curva onde diziam ter assombraçao e ficou ali sentado, depois deitado e pegou no sono. Dormiu, tadinho,depois de algumas horas de dormindo, sentiu algo lhe tocando o corpo parecia uma mao humana, abriu os olhos mas nao viu nada. Olhou assustado para os lados, mas pensou, Foi apenas o vento me tocando, se levantou e vou ver se havia algum peixe em suas varas, ficou assustado ao ver que nao havia nenhuma vara mais nos lugares onde as deixou. Imaginou que algum amigo havia pego suas varas e riu sozinho, imaginando, esse povo quer me colocar medo, como sempre fazia todos os fins de semana levou consigo uma rede, foi até seu emborna e pegou sua pequena rede, jogou na agua e deixou por alguns minutos e começou a puxar. Mais uma surpresa, nao veio peixe algum, e a rede estava toda rasgada. Assim que notou a rede rasgada, ouviu risada vindo de traz ele se virou mas nao viu nada, deixou tudo no chao e escutou passos e mais risadas, foi andando mais para dentro do mato e nao encontrava ninguem, e assim foi andando cada vez mais seguindo o som do riso, hora era parecido com o do Adaozinho, hora parecido com o Zé, hora com o Luiz entao ele começou a gritar, pensando ser obra de seus amigos _ vamos parar com essa brincadeira que esta ficando chato_ e foi se aprofundando cada vez mais na mata.
Chegou a um local onde havia um enorme tronco de arvore seco bem no meio da floresta, em volta estava tudo verde,mas apenas quele tronco seco e sem vida ao avistar ele olhou para o tronco e olhou para traz, ouvia o barulho do ribeirao, mas nao o via mais, virou-se e começou a andar na direção do rio, nesse instante ouviu novamente os risos e os passos, parecia que estavam todos correndo e dançando ao redor daquele imenso tronco seco, mas ele nao via ninguem apenas ouvia seus passos e suas vozes, Dico, disparou em uma grande carreira em direçao ao ribeirao, queria apenas voltar para sua casa, e novamente sentiu uma mao tocando seu ombro, e de tanto medo que sentia caiu.
Apenas no domingo encontram Dico, deitado proximo a curva do ribeirao, com as roupas todas rasgadas, e todo encolhido como se estivesse dentro do utero de sua mae.
A se recuperar do susto contou a todos o que havia acontecido e o patrao lhe disse _havisei para nao desceram na curva do rio que coisas estranhas acontecem ali, mas voces nao me ouvem.
Depois daquele dia ninhem mais se atreveu a descer na curva e tao pouco a pescar no ribeirão novamente.
Ao terminar essa estoria como sempre, alguns se levantam e seguem para suas casas, outros vao brincar, alguns ficam paradinhos nao se mechem e nem respiram de tanto medo e alguns saem rindo dizendo que estoria foi boba demais muito fraquinha que nao bota medo em ninguem e que esperam que a proxima possa ser mais emocionante.
E assim termina mais uma tarde no play.
by choko

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