sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O possuido


È a vida continuava ali no condomido, os adultos trabalhando as crianças se divertindo e outras ouvindo estorias da familia caipira. Alguns pais ja reclamavam com o sindico para ele proibir os filhos dos caipiras de contarem aquelas estorias, porque seus filhos ja estavam ficando assustados e tinham pesadelos a noite, outros riam porque eram ouvintes dessas estorias e levavam seus filhos para ouvi-las Sendo assim tudo terminava em grande empate.
Naquele dia a estoria contado pelo irmao do meio começou assim.
Estavam desbravando uma cidade nas maragens de um rio do no interior do estado, o passatempo preferido dos peoes que ali estavam era tomar uma pinguinha no fim da tarde ao som da sanfona do velho Adao e jogar conversa fora em um carteado, a cidade mais proxima ficava longe, longe, muitas leguas precisavam de um cavalo para ir la porque a pé demoraria quase um dia inteiro, portanto nao saiam mesmo , eram homens de varios lugares do pais, do rio grande aos confundos do amazonas, baianos, mineiros, catarinenses, eram varios de todos os sotaques e crenças desse brasilzão. O padre ia uma vez por mes, rezar a missa assim como ia o pastor pregar a palavra tambem, todos por respeito participavam tanto da missa como da pregaçao, mas depois nao deixavam de batizar o santo, como diziam ao som da sanfona do Adao.
Sempre havia novos braços chegando por ali e um dia desses, um dia que haveria uma missa, chegou um caminhao com varios homens, isso era normal por ali, tanto que nem havia mais festa para quem chegava, e tao pouco para quem partia, alguns nao partiam, eram enterrados por ali mesmo, vitima de malaria ou outra doença da floresta tropical, alguns morriam de velhice mesmo e outros por acidentes, como foi com o Tio Olavo que teve uma parte de seu corpo amassado por uma grande arvore que foi derrubada sem haviso.
Bem nesse dia, mais um caminhao com varios homens, entre eles um tipo diferente dos que li estavam, esse era muito branco, pele quase rosa, que lhe valeu o apelido de "leite", em seus olhos nao havia expressoes nenhuma, apenas olhava como nao visse ninguem, na hora da missa, ele foi o unico que nao foi, pediu pra dormir em uma cabana sozinho aquela noite queria se acostumar as noites no meio do mato, porque estava vindo de uma cidade grande, assim foi feito mas o capataz o avisou que seria apenas aquela noite e nada mais depois seria igual a todos que estavam ali.
O dia se passou, todos voltavam para suas cabanas, alguns ja iam direto ao rio para tomar um banho, outros primeiro tomavam a pinguinha para depois se banhar enquanto outros apenas se banhavam no sabado, o novato, conhecido como leite, foi o ultimo a chegar no dorminotorio, muitos ja estavam quase cochilando e a sanfona de Adão se silenciava.
No dia seguinte tudo se repetia, alguns falava que o "leite" era meio lento mesmo, demorava para aprender e que durante o dia, quem trabalhava com ele, dizia que ele sempre estava cantarolando algo enrolado que ninguem compreendia.
Mas um dia desses, depois da missa a qual ele nao foi, todos foram, para o terreiro e "leite saio de sua barraca e foi para o terreiro junto de seus amigos, ouvir a sanfona do Adão e tomar a pinguinha, mas logo notaram que ele nao estava bem, havia algo de errado em sua fisionomia. No outro dia seria domingo nao iriam trabalhar e a festa foi até mais tarde, todos sem exceçao, ficaram ali bebendo e cantarolando, os gauchos queriam dançar suas chulas, mas os cariocas queriam um samba esperto o pessoal do mato grosso, pedia um vanerão e os baianos pediam um ragge, mas tudo que era tocado por Adão era bem quisto por todos e a festa varava a noite, sendo que at´o padre ficou pra se alegrar com os braçais.
Altas horas se escutou um hurro, algo arrepiante, nao se sabia de onde vinha mas se sabia que alguem nao estava bem, todos correram para ver oque estava acontecendo, e viram o "leite" correndo feito louco sem direçao e se agarrando a um tronco de arvore, mordendo e rasgando com os dentes, logo em seguida, cravava as unhas nas lascas do tronco,sangue por todos os lados, na boca nas maos e até nos olhos, o padre devido a toda sua gordura de anos de assados e vinhos nas casas das beatas foi o ultimo a chegar, mas logo imendou uma landainha que foi acalmando o leite, logo ele ja estava desmaiado no chao e foi socorrido pelos colegas, que o levaram a sua cabana, e fizeram os curativos em seus machucados e o deixaram dormindo.
Na manha seguinte, ele se levantou pegou seu machado e foi ao meio do mato como se nada estivesse acontecido na noite anterior, cortou algumas arvores e voltou ao acampamento, os amigos que ficaram dormindo até mais tarde so notaram quando ele voltou e ficaram admirados porque ele nao se lembrava de nada, estavam todos ali em pé olhando para ele, quando um resolveu perguntar o que havia contecido com ele, e como se nada houvesse ali, ele nao respondeu entrou na mata novamente e nunca mais foi visto.

Essa estoria acabou por aqui e todos foram saindo, mas algumas crianças ainda aproveitando a luz do sol, que se punha foram para os brinquedos do play e ali ficaram junto com o irmao do meio dos caipiras, ficaram algumas horas a mais ali nos brinquedos até que as luzes dos postes foram se acendendo e ficando mais escuro as maes ja gritavam das janelas pelos nomes dos filhos e eles iam subindo um a mim para se preparar para o jantar.
Os ultimos ainda passaram no bebedouro para se limpar e beber agua, quando saiam, foram atacados por algo meio estranho, um fantasma, isso mesmo, um fantasma, mas nao correram assustados, foram até um canto onde havia varios pedaços de madeira no chao e atacaram o fantasma, o fizeram correr soltando gritos de dor pela garagem do predio, e um rastro de sangue e até um dente pelo chão e cairam todos na risada juntos sentados ali mesmo no chao, agora eles tinham uma estoria de fantasma para contar.
Na manha do dia seguinte se encontraram como sempre para ir a escola, alguns desciam pelo elevador outros, ja estavam na entrada do predio esperando a vam e como sempre o irmao do meio dos caipiras se atrasava, tambem enquanto a mae nao tirava o pao da mesa ele nao saia. No elevador ele se encontrou com mais dois amigos tambem atrasados e um homem, com algumas bandagens pelo corpo, olho roxo e escoriaçoes, entao um deles diz, voces viram só ontem, madamos ver naquele fantasma e riam muito, um outro dizia, Agora ele nunca mais vai se meter a besta com agente, e o irmao falou até o lenços dele nos amarramos agora ele nao voa mais. O homem que estava ali dentro do elevador queria descer a mao neles mas nada podia fazer, porque afinal que culpa os meninos tinham de nao ter medo de fantasma.

by choko

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